Erguido pelo diplomata e líder político Joaquim Francisco de Assis Brasil, o Castelo de Pedras Altas, um portento de 1.120 metros quadrados de área construída, busca desde o ano passado recursos para ganhar sua primeira restauração em quase cem anos de vida. Agora, o projeto recebeu um apoio de peso: o da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Aentidade assumiu a tarefa de levar o plano a grupos empresariais com atuação no Rio Grande do Sul, como forma de ajudar na captação dos R$ 5,16 milhões necessários para a obra. Tombado há uma década pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado, o castelo está com seu projeto de restauro aprovado desde agosto de 2008 pelo Ministério da Cultura, mas ainda não conseguiu nenhuma arrecadação.
A Farsul resolveu se engajar por causa do papel do castelo e da sua granja na evolução da agricultura gaúcha. Ao construir em Pedras Altas o edifício de traços medievais, entre 1909 e 1913, Assis Brasil concebeu-o como um experimento de modernização do campo.
– Ele procurou fazer da granja algo moderno e trouxe uma ideia de inovação e empreendedorismo. É o patrono da nossa agricultura. – afirma o diretor jurídico da Farsul, Nestor Hein.
O imóvel, localizado em uma área de 170 hectares, encontra-se em estado precário, o que limita o acesso de visitantes. Há problemas de drenagem, que provocam inundações no porão e infiltrações comprometem o reboco, que está caindo.
Neta sonha transformar imóvel em centro cultural
A fiação elétrica (ainda com revestimento de pano em muitos pontos) e o encanamento são os originais e precisam ser trocados. Esse festival de degradação assusta porque coloca em perigo o acervo do castelo.
– Sem a intervenção, o acervo e o próprio prédio correm risco – reconhece Lydia Costa Pereira de Assis Brasil – que mora no castelo, é neta do seu idealizador e preside a Associação dos Amigos da Granja de Pedras Altas
Para dar início à restauração, por exigência do Ministério, é necessário captar pelo menos 20% do total de recursos previstos. Depois de concluído o restauro do edifício, que deve se prolongar por 18 meses, Lydia pretende ampliar o acesso de visitantes, hoje limitado para não comprometer o acervo. Ao mesmo tempo, encaminhará projetos para a recuperação da granja, da biblioteca, dos documentos históricos e das fotos. A intenção é resgatar o projeto original de Assis Brasil e transformar o castelo em um centro de cultura e pesquisa.
– Fico angustiada, porque muitas pessoas querem visitar o castelo e não podem – afirma.