Colisão com carroça mata motociclista em Jaguarão

Um motociclista morreu na noite de sábado ao colidir contra uma carroça no quilômetro 656 da BR-116, em Jaguarão, no sul do Estado.

Egon de Ávila Aires, 43 anos, pilotava uma motocicleta Honda na rodovia por volta das 19h30min, quando foi surpreendido por uma carroça que tentava atravessar a rodovia. Aires chegou a ser socorrido, mas morreu durante o atendimento no Hospital de Jaguarão.

REVOLUÇÃO FARROUPILHA

Hoje, exatamente, o Rio Grande do Sul está em festa. Feriado cívico. Trata-se do 20 de Setembro. Há exatos 174 anos, o povo riograndense pegou em armas e revoltou-se contra o então Império Brasileiro. Sob o comando de Bento Gonçalves da Silva, um grupo de gaúchos da região sul do estado, a região mais desenvolvida daquela época, iniciou um protesto contra os governantes que acabou culminando numa revolução e na proclamação da República Rio-Grandense, já no ano seguinte.

A verdadeira história da revolução (dentro do que é possível tentarmos definir como "verdadeira") mostra que os rebeldes do início eram os ricos estancieiros, criadores de gado e proprietários de fazendas de charque (carne conservada em sal), as charqueadas. Acontece que por aqueles idos de 1835, o Império Brasileiro, representado por Dom Pedro II, ainda imberbe, na prática governado por regentes eleitos junto à corte, aumentava significativamente as taxas sobre o charque gaúcho. Enquanto isso, o charque platino, oriundo dos países vizinhos (República Argentina e República Oriental del Uruguay, situados às margens do Río de la Plata), ingressava no Brasil com preço inferior ao praticado pelos gaúchos. Portanto, nenhuma novidade na América Latina de 174 atrás, governada por corruptos e liderada por ricos estancieiros (hoje, industriais).

Apesar dos interesses particulares de um pequeno grupo de fazendeiros-latifundiários-escravagistas-comerciantes, a revolução teve seu lado positivo (incrível termos visões positivas de uma guerra. não?) que foi a união do povo gaúcho em torno de suas culturas e tradições, dos seus brios e valentias. Foram 10 anos de batalhas pelo solo gaúcho e catarinense, onde republicanos e imperiais se enfrentaram em pelo menos 118 ocasiões "oficiais". E mesmo com contingente bastante maior, os imperiais necessitaram de 10 anos para neutralizar a força que brotou desse chão. Reforçado por índios e escravos, os farroupilhas mostraram todo seu poder agregador (através de promessas de libertação de escravos negros, por exemplo, idéia nunca imaginada antes nessas paragens e bastante controversa entre os próprios revolucionários. Bento Gonçalves dispunha de um escravo particular para afeitá-lo nos acampamentos) e força tática e física, para incomodar (e muito) o poder central do império.

Mas hoje, após estes 174 anos, o gaúcho do Rio Grande aprendeu a unir-se, apesar de suas históricas polarizações. Sejamos maragatos ou chimangos, direitistas ou esquerdistas e até mesmo gremistas ou colorados, o fato é que o Rio Grande do Sul tem um só povo, unido em ideais e tradições. Até mesmo a Leal e valerosa cidade de Pôrto Alegre, honra recebida pelo próprio imperador Dom Pedro II, por nunca ter sido infiel ao império nos 10 anos de guerra, é idolatrada nas comemorações farroupilhas. A sempre resistente cidade manteve-se ao lado do império e hoje é o centro das comemorações que marcam anualmente esta terra maravilhosa.

Podemos não ter tido o êxito premeditado (nem tão premeditado assim) de criar um novo país. Mas, com certeza, uma nova nação originou-se daqueles anos tristes e duros de guerra, onde um bravo e heróico povo surgiu das chagas deixadas pela Revolução Farroupilha. Foi ali que começamos a conhecer o gaúcho riograndense, que difundiu seus hábitos (churrasco de carne gorda e um bom mate), suas culturas, seus princípios morais e justos.

Um viva à Revolução Farroupilha, à República Rio Grandense, ao 20 de Setembro e 1835 e ao povo gaúcho, tchê!

SEMANA FARROUPILHA.