De acordo com a SSP-SP, os suspeitos são acusados de formação de quadrilha, furto qualificado, dano qualificado e invasão de propriedade. No cumprimento dos mandados de busca e apreensão foram encontrados, até agora, seis armas de fogo, defensivos agrícolas, fertilizantes e ferramentas. Documentos e aparelhos eletrônicos também foram apreendidos pela Polícia Civil segundo informação da assessoria de imprensa da Secretaria.
O inquérito para investigar o caso da fazenda Santo Henrique foi aberto em outubro do ano passado, logo após a saída pacífica dos militantes do MST em 7 de outubro de 2009, onze dias depois de iniciada a ocupação. Os prejuízos da invasão, segundo divulgou a Cutrale na época do ocorrido, foi de mais de R$ 1 milhão. Além dos pés de laranja arrancados, os militantes do MST são acusados de destruir equipamentos da empresa, como tratores e arados.
Em nota divulgada nesta terça-feira em seu site, o MST disse que "os relatos vindos da região, bastante nervosos e apreensivos, apontam que os policiais além de cercarem casas e barracos, prenderem pessoas e promoverem o terror em algumas comunidades, também têm apreendido pertences pessoais de muitos militantes exigindo notas fiscais e outros documentos para forjar acusações de roubos e crimes afins".
Fazenda Santo Henrique
A área invadida pelo MST em 27 de outubro de 2009 possui mais de 2,7 mil hectares e faz parte do chamado Núcleo Monções, um complexo de 40 mil hectares espalhadas entre os municípios de Agudos, Águas de Santa Bárbara, Borebi, Iaras e Lençóis Paulista. De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), uma parte dessas terras foi comprada pela União e outra recebida pelo governo federal como pagamento de dívidas das companhias de Colonização São Paulo e Paraná. Segundo o Instituto, há um processo em tramitação na Justiça, desde 1997, que visa à desapropriação da fazenda para fins de reforma agrária.