
Se fosse um trabalhador celetista, não seria nenhum exagero dizer que a Fibria vai receber um belo 13º salário em dezembro. Nesta quinta-feira, a empresa confirmou a venda da unidade da Aracruz em Guaíba (RS) para a chilena CMPC por US$ 1,43 bilhão. O valor, que representa nada menos que 11 vezes o Ebitda previsto para 2009, será pago em duas parcelas: US$ 1 bilhão dia 15 de dezembro e US$ 430 milhões até 30 de janeiro.
De fôlego novo, a maior fabricante de celulose do mundo - resultante da fusão entre Aracruz e Votorantim Celulose e Papel (VCP) - projeta a retomada de empreendimentos que estavam paralisados desde os prejuízos ocasionados por aplicações em derivativos financeiros feitas no ano passado. "Temos quatro locais para investir e a possibilidade de expandir a produção para 9 milhões de toneladas anuais até 2020", afirmou Carlos Aguiar, presidente da Fibria, durante teleconferência. Hoje, a produção anual da Fibria é estimada em 5 milhões de toneladas de celulose por ano.
Entre os projetos a serem retomados está o Losango, no Rio Grande do Sul, que contempla o plantio de 120 mil hectares de eucalipto e uma fábrica de celulose que será instalada ou em Arroio Grande ou em Rio Grande - a planta terá capacidade de produzir 1,5 milhão de toneladas anuais. Do total a ser plantado, hoje existem 60 mil hectares cultivados. Quando o projeto Losango foi anunciado pela VCP, antes da crise e da fusão com a Aracruz, o investimento previsto era de 1,3 bilhão de dólares. Aguiar não confirma a manutenção do valor, que pode ser revisto.