Rio Uruguai começa a baixar na Fronteira Oeste

Em São Borja, as águas reduziram 39cm de ontem para hoje.
Em Uruguaiana, fronteira Oeste do Estado, o rio Uruguai segue subindo. Já são 1.182 pessoas desalojadas, o que corresponde a 234 famílias. Desabrigadas, a prefeitura tem o registro de quatro famílias, que estão aguardando a água baixar em um abrigo municipal. O secretário adjunto da Defesa Civil, Paulo Whouters, diz que expectativa é de que amanhã o nível do rio comece a baixar. Whouters comenta que a prefeitura tem uma política habitacional para as pessoas ribeirinhas, para que novas enchentes não venham a atingi-las novamente: — Desses lotes novos de casas que a prefeitura está construindo, eles teriam preferência. Mas muitos, em especial os pescadores, não querem sair, pois já têm tradição familiar de morar na beira do rio— relata. A Defesa Civil pretende fazer um trabalho de conscientização desses moradores quando eles voltarem para suas casas. Uma limpeza com água sanitária e detergente precisa ser feita para desinfetar o local: — Não basta a água baixar e as pessoas voltarem. Tem de limpar e desinfetar o local. Com o rio, vêm muitos bichos, como cobras e ratos, transmissores de doenças — alerta. Com o rio cheio, muitos moradores da periferia, principalmente crianças e adolescentes, aproveitam para se refrescar do calor. Hoje, na Rua Vasco Alves, próximo ao clube Tamandaré, onde tradicionalmente as pessoas param seus carros para tomar mate, a água já tinha tomado conta, e o local estava servindo de piscina. Em São Borja e Itaqui, o rio está baixando desde ontem. Alguns moradores, que estão na casa de amigos e parentes, já começaram o trabalho de limpeza das residências.
Fonte:Clic RBS

Correios chegam a nove greves em sete anos

Disputa entre centrais sindicais e complacência do governo estimulam greves na era Lula
Consolidou-se uma prática no governo Lula. A cada ano, funcionários dos Correios entraram em greve. Já são nove paralisações nos últimos sete anos.O que estimula essa situação são dois fatores. Um é a disputa política entre a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas,) presentes nos sindicatos e na federação da categoria. Segundo: os sindicatos se aproveitam do fato de o atual governo ser mais complacente do que os anteriores sobre greves.Ontem, dois dados ilustravam os efeitos da mobilização: 1,2 milhão de cartas deixaram de ser entregues e mais de 60 telefonemas irados de usuários chegaram à agência central de Porto Alegre reclamando do Sedex que não chegou.Briga é por espaço em sindicato e na federaçãoA face visível do movimento é o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintect), que se diz independente. Não tão visível, por trás do sindicato está a atuação da Conlutas, de oposição ao governo. A Federação Nacional dos Trabalhadores nos Correios (Fentect) é filiada à CUT, lulista, mas há integrantes da Conlutas entre os dirigentes. E as disputas internas são intensas.Por trás da Conlutas, nessa cascata sindical e partidária, aparece o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), antiga dissidência do PT – no qual se abrigava sob o nome de Convergência Socialista, uma tendência partidária de esquerda “entrista” no espectro petista. “Entrista”? No jargão próprio das esquerdas, significa aquele que entra em um partido de massas para se aproveitar da sua estrutura e realizar seus próprios projetos.Toda essa carga política está presente dn greve iniciada ontem. Alguns sindicalistas falam que a greve é justa e não deve se inibir por este ou aquele governo. Outros, em geral vinculados à CUT, definem o movimento como inoportuno, por colocar em xeque os Correios como órgão da administração pública– Não tínhamos alternativa. Buscamos uma defasagem salarial que vem desde 1994, o que justifica tanta mobilização. Queremos reposição de 41%, como reajuste, e ainda R$ 300 como aumento. Também exigimos a contratação imediata de 700 carteiros. E o que pedimos é, justamente, a não privatização – diz João Carlos Farias, coordenador da greve gaúcha, que reconhece a sustentação dada pela Conlutas ao movimento no Estado.Na tentativa de acabar com a greve, os Correios ofereceram ontem reajuste de 9%, que será submetido hoje às assembleias nos Estados. Também foi proposto acréscimo de R$ 100 ao piso salarial da categoria, que é de R$ 640, e elevar o vale-alimentação de R$ 20 para R$ 23 no próximo ano.– Queremos um acordo bianual para sair dessa questão de greve todos os anos – disse o presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio.Na Fentect, o secretário-geral José Rivaldo da Silva, filiado à CUT, admite que há greves sucessivas. E justifica:– Neste governo, nós conquistamos coisas durante as greves, e não nos cortam o ponto.Rotina anualHouve paralisações dos funcionários dos Correios em todos os anos no governo Lula:2003, SETEMBRO2004, JULHO2005, SETEMBRO 2006, SETEMBRO2007, ABRIL 2007, SETEMBRO2008, ABRIL2008, JULHO2009, SETEMBRO


Fonte:Clic RBS