Brincando de inflação

Nada de novo no front. Enquanto Lula implica com os diplomas de Fernando Henrique – na sua já tradicional elegia da ignorância, que faz tanto sucesso – a inflação ruge.
Tem sido assim nos últimos oito anos. Graças à “herança maldita” do antecessor, o PT enche a barriga de votos e depois vai a público cuspir no prato. É o crime perfeito.
Ou quase. Para a perfeição, faltaria um pouco de carinho com a galinha dos ovos de ouro (a estabilidade monetária). Deixar o Banco Central governar – a contragosto – enquanto rola a grande farra populista com o dinheiro público é uma opção esperta, mas arriscada.
A DisneyLula será infinita enquanto durar. Mas os especialistas em matéria fiscal já cansaram de alertar: vai dar m…
E eis que a inflação de abril vem avisar que a brincadeira começa a perder a graça. Em 12 meses, 6,3% – roçando o teto da meta. As previsões para 2011 já indicam que no fim do ano esse teto será uma espécie de camada de ozônio dos preços – devidamente perfurado.
Mas o governo do PT nada teme.
O primeiro teto rachado foi o do próprio Banco Central, finalmente vencido pela infiltração casuística do lulismo.
Zelando por sua imagem santificada, o filho do Brasil impediu no grito a alta dos juros no final de seu governo.
E o que fez Dilma?
Continuando a obra do padrinho, prosseguiu com o adestramento do BC, que passou a emitir mensagens psicodélicas de fé no desenvolvimentismo e outros sinais exóticos de despreocupação monetária.
O mercado entendeu da única forma que podia entender: liberou geral.
Se Deus não existe (e a polícia está dormindo), tudo é permitido. E o ministro do Desenvolvimento já perfumou as mãos sujas do governo, dizendo que a inflação brasileira é um problema da conjuntura internacional.
Se a inflação sair do controle, como está prometendo, a gastança estatal promovida pelos governos do PT será inocente. A culpa terá sido de Fernando Henrique, aquele que não gosta do povão.
Resta saber se o eleitor continuará hipnotizado pela fábula do governo bonzinho no dia em que o PT conseguir, finalmente, bagunçar a economia brasileira.

Guilherme Fiuza

Analistas projetam inflação maior pelo IPCA pela sétima semana seguida

Analistas do mercado financeiro acredita que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá fechar o ano em 6,34%, de acordo com pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo BC. Esta é a sétima revisão consecutiva para mais do IPCA no ano, taxa superior aos 5,6% estimados pelo BC no Relatório Trimestral de Inflação divulgado no final de março. Para o próximo ano, a perspectiva de inflação permaneceu em 5%.


O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisa Aplicada (Fipe) sofreu ligeiro aumento na estimativa anual, ao passar de 5,54%, na pesquisa anterior, para 5,57%, nesta semana. No próximo ano, houve correção também: de 4,75% para 4,76% até dezembro de 2012. O IPC-Fipe se refere somente ao mercado de São Paulo.[3]

Em relação ao reajuste dos preços administrados ou monitorados por contrato (combustíveis, energia, telefonia fixa, educação, saúde e outros) neste ano, o boletim Focus manteve a perspectiva de alta de 4,80% este ano, e de 4,5% em 2012. O mercado elevou o reajuste de dois dos índices medidos pela Fundação Getulio Vargas (FGV). No caso do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), a variação passou de 7% para 7,01% e, no Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), de 7,04% para 7,06%. Ambos apontam para alta de 5% no ano que vem.