ALTO RISCO

por Cristiana Lôbo
Está claro que o presidente Lula está fazendo de tudo para ter o PMDB ao lado de Dilma Roussef na campanha presidencial do ano que vem. Já assegurou até, em conversas com políticos, que está reservando a vaga de candidato a vice para o partido. E a disputa interna até já começou. Michel Temer, Geddel Vieira Lima, ou Sérgio Cabral? Quem sabe Hélio Costa, se o PSDB apresentar Aécio Neves na chapa? Ou Eduardo Braga?
Mas, até chegar a hora de fechar a chapa, Lula vem sendo obrigado a “blindar” os peemedebistas. Primeiro, foi Renan Calheiros. Agora é José Sarney com os intermináveis problemas do Senado que vão desde atos secretos à nomeações secretas de familiares. E isso parece não ter fim. E, no arremate, veio à tona o indiciamento de Fernando Sarney pela Polícia Federal por quatro crimes.
O fato é que estamos num processo de banalização das denúncias. E os governistas - petistas, peemedebistas ou inquilinos do Palácio do Planalto - adotam o mesmo discurso: “é luta política”, dizem, quase em uníssono. Só que o caso da PF sobre Fernando Sarney não pode ser classificado como luta política. Afinal, foi feito pela Polícia Federal do governo. Aí, a resposta é outra. “vamos esperar para saber se a Justiça vai acolher a denúncia…”
Nada mais do que possa surgir, parece, vai deixá-los ao menos vermelhos de vergonha ou sem discurso de defesa. A ordem é blindar e rechaçar qualquer acusação. Tudo em nome de ter o PMDB no palanque e na chapa de Dilma.
Pode ser que Lula esteja indo longe demais e queimando seu capital político em favor dessa aliança.
Mas, é verdade, ele conta com a ajuda da própria oposição. No Senado, Arthur Virgílio adota um sistema errático. Num dia, entra com nova ação contra José Sarney. No outro, se reúne com os líderes governistas, encontro que poucos confirmam, para acertar detalhes do Conselho de Ética. Dizem os governistas que Arthur Virgílio chegou a concordar com a indicação - agora, já bem polêmica - de Paulo Duque para a presidência do Conselho de Ética.
E assim se encerrou o primeiro semestre legislativo. Com uma crise com vários capítulos e sem que se saiba seu final.

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