Planalto patrola oposição



Na abertura dos trabalhos da CPI da Petrobras no Senado, os aliados do Planalto não tiveram problemas para garantir o controle total da comissão: a presidência ficará nas mãos de João Pedro (PT-AM), e a relatoria, a cargo do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR). O vice-presidente será Marcelo Crivella (PRB-RJ).João Pedro foi eleito por oito votos a três, contra o oposicionista Alvaro Dias (PSDB-PR). A escolha do petista e do peemedebista segue a recomendação do governo para que o comando da CPI seja entregue a fiéis aliados. Tudo para evitar eventuais constrangimentos futuros ao governo e aos diretores da empresa. O petista marcou para 6 de agosto o início do trabalho da CPI. Ele elogiou a Petrobras e pediu responsabilidade.– A responsabilidade não pode ser só do governo. Tem de ser dos 11 senadores ao tratar desta empresa. Sei da responsabilidade e por isso todos os parlamentares estão tratando desse assunto como estratégico. A empresa está presente em 28 países – afirmou.Na reunião, o presidente interino, responsável por conduzir os trabalhos até que os senadores elegessem o titular para a cadeira, Paulo Duque (PMDB-RJ), protagonizou um mal estar com o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE). Duque quis iniciar a votação sem que os senadores pudessem defender seus escolhidos – o que provocou protestos de parte de Guerra.A instalação da CPI foi marcada pelos discursos da oposição em defesa da investigação e dos governistas na tentativa de assegurar que a comissão não tenha caráter político. O líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), pediu prudência aos colegas:– Não é verdade que é tradição no Senado que a minoria fique com um dos cargos. No governo passado, que éramos minoria, nunca tivemos a relatoria ou presidência de CPI.Autor do pedido de criação da CPI, Dias adiantou que técnicos vão utilizar cópias das investigações sobre a Petrobras que existem no Ministério Público Federal e Tribunal de Contas da União para preparar um arsenal contra os governistas.– Só vamos impedir que o rolo compressor do governo atue se tivermos fatos concretos que desarmem os argumentos dos governistas. E sabemos que esses fatos existem – disse.O presidente e o relator da comissão não descartam a hipótese de que o próprio presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tenha de prestar esclarecimentos. Ele é suspeito de envolvimento em desvio de recursos captados junto à Petrobras, por meio da Fundação José Sarney.– É possível que a Fundação José Sarney seja investigada. Vamos receber as informações, avaliar os dados e verificar quem vai ser investigado – afirmou Jucá.
Fonte: Zero Hora

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