Saudações farroupilhas, por Fernanda Araújo.

Nesta semana farroupilha recebemos um turista diferenciado, um fotógrafo americano, meu amigo Zach, um verdadeiro artista que retrata através das lentes de sua câmera a essência das pessoas e dos lugares. Em Santana do Livramento, mas precisamente no Fogão Negrinho do pastoreio, do qual sou a 1ª Prenda, ele conheceu os pratos típicos, os traços rústicos dos homens campeiros, a hospitalidade fronteiriça, e eu me esforcei no sentido de faze-lo dançar à moda gaúcha!

O texto a seguir é uma tradução que fiz da resenha que Mr. McDuffie postou em seu blog, é um retrato curioso feito de palavras, sentimentos, sensações, de coisas muito nossas; vistas pelo olhar curioso de um profissional que já viajou pelo mundo todo. Espero que apreciem!

É parte do trabalho do fotógrafo ver com mais intensidade do que a maioria das pessoas fazem. Deve manter nele algo da recepitividade da criança que olha o mundo pela primeira vez ou do viajante que entra em um país estranho.” - Bill Brandt

Eu não estava certo de como seria recebido pelos vaqueiros machos, gaúchos, quando eu aparecesse para os fotografar esta manhã. Porque surgir um fotógrafo americano nesta cidade, é aproximadamente tão comum quanto uma rocha da lua. Eu era uma curiosidade… Eu mal podia começar a focar para uma foto antes que uma outra mão estivesse estendida para que eu cumprimentasse. Eu mesmo fui fotografado para o jornal local, e entrevistado pela estação de rádio local!

Os gaúchos, para aqueles que não sabem, são uma cultura do sul - vaqueiros americanos com uma longa história de agrupar o gado nos pampas do Brasil, Uruguai, e Argentina. O festival que eu estou fotografando esta semana é conhecido como Farroupilha, e marca o aniversário de uma revolta que aconteceu no século XIX de encontro ao governo imperial. Do que eu compreendo (a versão simplificada) é que o governo central tentou taxar imposto excedente ao gado do sul, e os gaúchos decidiram não aceitar isso. A revolta durou por dez anos, e os vaqueiros duros na queda jamais foram derrotados; a paz foi negociada finalmente. O começo da celebração foi identificado hoje por meio de uma cerimônia da tocha, onde diferentes grupos de gaúchos acendem tochas ou lanternas em um fogo central e retornam ao seu “acampamento” ou clube. As centenas de gaúchos montados a cavalo no parque que marca a divisa entre Uruguai e Brasil, onde representantes dos grupos foram chamados acima e as tochas foram iluminadas. Alguns bebiam o chimarrão, enquanto outros, cachaça.

Eu fiz muitas grandes fotos hoje, entre o caos e a comoção. Senti como eu havia participado em uma trama do tempo e do espaço. Atualmente os vaqueiros e os rancheiros americanos são vistos mais frequentemente montando veículos com quatro rodas do que cavalos, mas não aqui. O que eu estou vendo não é uma celebração comemorativa com trajes… estes são os gaúchos autênticos, sendo que a maioria deles ainda estão vivendo de maneira muito semelhante mesmo, como seus antepassados rebeldes fizeram… levando e agrupando o gado. Estão comemorando uma tradição viva, forte, de uma cultura orgulhosa. A única diferença notável é que hoje em dia o consumidor dá suas ordens pelo telefone celular.


By Zach McDuffie

Um comentário:

  1. EH SEMPRE MTTT BOM VER A OPINIAO DE TURISTAS A NOSSO RESPEITO. M DIVRTI MTTTT! JESSICA

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