Chuva e ventos fortes provocam danos no Estado

eteorologia previu e acertou: o Rio Grande do Sul sofreu, novamente, com fortes chuvas na madrugada e durante o dia desta quarta-feira. Conforme a Defesa Civil estadual, as rajadas de vento chegaram a alcançar os 92 km/h. As regiões do Vale do Rio Pardo, da Campanha, da Fronteira-Oeste e Metropolitana foram as mais atingidas. Os municípios de Coronel Barros, Feliz, General Câmara, Minas do Leão, Piratini, Sebastião do Caí, Taquara e Taquari decretaram situação de emergência. No meio da tarde de ontem, cerca de 62 mil residências estavam com o fornecimento de energia elétrica interrompido.

O município de Caçapava do Sul foi um dos mais afetados. Segundo a Defesa Civil da cidade, cerca de 250 pessoas, entre desalojados e desabrigados, principalmente de distritos interioranos do município, estão sendo assistidas com lonas e realocadas para residências de familiares e vizinhos. Em General Câmara e em Minas do Leão, respectivamente, 264 e 70 pessoas ficaram desalojadas. Em Jaguarão, choveu 70 milímetros em apenas duas horas na noite de ontem, mais da metade da média do mês na cidade do Sul gaúcho. Em Bagé, as águas alagaram cerca de 70 casas.

Em Pelotas, na região Sul, as chuvas já acumulavam 59,4mm por volta das 18h de ontem. No mês de novembro, o acumulado já chega a 288,5mm, mais do que o triplo do considerado normal para o período. Em Santa Cruz do Sul, 50 casas foram destelhadas.

Em Porto Alegre, a chuva e o vento também causaram danos. Dados da rede de estações da MetSul Meteorologia e do Sistema Metroclima na Capital indicaram que as precipitações na madrugada de ontem acumularam 26,6 milímetros no bairro Belém Novo; 23,7mm na Lomba do Pinheiro; 21,3mm na rodoviária e 21mm na Restinga. Foram registradas rajadas de vento de 70km/h em Belém Novo e de 60km/h no Aeroporto Salgado Filho. Na Capital, as principais ocorrências de estragos se deram em razão de quedas de árvores e de problemas nas redes de sinalização do trânsito.

O temporal veio na sequência de um dos dias mais quentes desta primavera na Região Metropolitana, com máximas de 37 graus em Campo Bom e 36 graus na estação da MetSul no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, na tarde de terça-feira. O temporal na Capital foi provocado por áreas de instabilidade que avançaram no final da noite de terça pelo Leste do Estado. Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão de tempo chuvoso no Estado se mantém até sábado.

Rio Grande do Sul está no centro de instabilidade

De acordo com a Defesa Civil (DC) estadual, pode-se dizer que, sob o ponto de vista climatológico, o Rio Grande do Sul se constitui hoje em uma espécie de "centro de encontro de forças", onde ocorre frequentemente o choque de massas de ar polar, advindas do Sul do continente e da Antártida, com os sistemas de alta energia do Centro e Norte do País, eminentemente tropical. "Na verdade, em nossa interpretação, a característica histórica do clima do Rio Grande do Sul, que favorece a ocorrência de temporais nesta época, está potencializada pelos efeitos do Fenômeno La Niña e pelas consequências do aquecimento global", diz o Chefe da Divisão de Comunicação Social da Defesa Civil, capitão Alexsandro Goi.

Segundo a DC, estes fatores explicam os atuais eventos adversos que afetam o Estado desde setembro, de forma quase ininterrupta (chuvas intensas, precipitação de granizo e rajadas de ventos). "A Defesa Civil estadual atua paralelamente em mais de um evento adverso. Pelo menos três, na verdade. Na sexta-feira atendemos a Nova Petrópolis, Minas do Leão, São José do Hortêncio e muitas outras cidades. Ainda no fim de semana outro evento ocorreu e, neste momento, estamos com um terceiro evento que abrange várias localidades", acrescenta Goi.

Desde sexta-feira, dia 13, a Defesa Civil prestou assistência a 15 localidades, sendo que foram entregues 15.440 telhas, 500 kits contendo colchão, cobertor e lençóis, seis rolos de lonas e 540 cestas básicas.

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