O CONGO BRASILEIRO

O Congo é uma nação singular, localizada ao centro do continente africano. Um país assolado por conflitos, onde as empresas estrangeiras praticamente cortaram os investimentos devido à falta de infra-estrutura e as dificuldades econômicas impostas pela guerra.

A sua economia é baseada na extração e processamento mineral. Tendo como capital a cidade de Kinshasa, a Republica Democrática do Congo é o 12° maior país do mundo em extensão territorial com imponentes 2.344.858 km².

A África tem o seu Congo, e nós brasileiros também temos o direito de ter o nosso, afinal por que vamos desenvolver nossas cidades se podemos deixá-las a mercê da falta de recursos?

O nosso Congo leva vários nomes, Faixa de Segurança, Faixa de Defesa, Faixa de Defesa das Fronteiras, mas o mais conhecido é Faixa de Fronteira. São 588 municípios (de acordo com o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da Republica, já de acordo com o IBGE são 570 municípios) encurralados em uma faixa de 150 km de largura e 16.866 km de extensão, nos deixando a incrível soma de 2.529.900 km². A Faixa de Fronteira do Brasil do Brasil seria a 12° maior nação do mundo em extensão se fosse um país independente, (tirando o lugar do glorioso Congo) menor somente que Brasil e Argentina no território Sul-americano. Para termos uma noção mais precisa essa área é correspondente à aprox. 29,77% do território brasileiro e 13,96% do território da América do Sul.

Sim, em extensão tomaríamos o lugar do Congo, e se as semelhanças não ficassem nisso também somos ricos em minérios e sofremos com os mesmos tipos de problemas relacionados à falta de infra-estrutura e escassez de investimentos.

A Lei n° 6.634 de 1979 restringe a utilidade do capital estrangeiro na área de fronteira, porém essa lei tem base em outras ainda mais antigas, sendo a primeira e mais antiga que se tem registro uma Lei do ano de 1850 promulgada pelo então Imperador Dom Pedro Segundo.

O Congo Brasileiro começa no sul do Rio Grande do Sul e corta o Brasil em direção ao norte, indo pela fronteira até o estado do Amapá, literalmente do Oiapoque ao Chuí. Dos 588 (570) municípios do Brasil atingidos pela Faixa, 182 são gaúchos.

Quando o assunto é economia essas 182 cidades gaúchas ficam praticamente de mãos amarradas. Toda vez que uma grande empresa vem se instalar em nossa região ocorre uma novela dramática. Aprendi nas fileiras trabalhistas que devemos sempre defender a soberania, mas soberania não quer dizer abrir o miolo do país para os estrangeiros e fazer os fronteiriços serem sentinelas de campos e estradas dispersas.

Para tiramos um conclusão é só comparar a parte de nosso estado que faz fronteira com algum país, e a outra parte que não faz. São raros os investimentos privados que recebemos, os recursos públicos também chegam às migalhas. Dos 5 pólos educacionais do RGS 4 estão em zonas fora da Faixa de Fronteira (com a vinda da Unipampa a esperança é de melhoras).

Enquanto a região da Serra, Centro e Metropolitana tem uma industrialização de Primeiro Mundo, nós ainda temos poucas opções de emprego e trabalho para nossa gente. Eu acredito no futuro da nossa terra.


Marcelo Lemos


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