Decisão do PT adiada para depois do recesso



Ameaçado de perder as condições políticas para seguir comandando o Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), obteve uma pequena vitória ontem: sem o apoio explícito do PT, o peemedebista garantiu mais algum tempo no cargo. Os petistas adiaram a decisão relativa a Sarney para depois do recesso parlamentar, que se inicia no dia 18.A exemplo da estratégia defendida por aliados próximos do presidente, como Renan Calheiros (PMDB-AL), o PT apostará nas férias do Congresso para esfriar as denúncias contra Sarney e evitar o constrangimento de ter de apoiar, sem consenso, a permanência dele no controle do Senado.Os sinais de que o partido não quer assumir uma postura em relação ao peemedebista ficam cada vez mais evidentes. O líder do PT, senador Aloizio Mercadante (SP), transferiu de ontem para hoje a reunião da bancada que discutirá a crise política no Senado. Quando se encontrar, o PT só deve discutir propostas para a reforma administrativa da Casa. Essa é a alternativa pensada para superar a crise, classificada como estrutural por Mercadante. Pressionada, a bancada defende o afastamento temporário de Sarney, mas não oficializou o pedido porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva interferiu.Na cúpula do Senado, a novidade de ontem foi a decisão de anular mais um dos 663 atos secretos editados nos últimos 14 anos. Foi revogado um ato de 2006 que concedia aumento de gratificação para 40 chefes de gabinete de diretores de secretarias da Casa. Esses servidores aumentaram de graduação. Com a medida, suas gratificações subiram de R$ 1.651 para R$ 2.064. O Ministério Público Federal enviou ontem pedido de abertura de inquérito de parte da Polícia Federal para investigar os atos secretos.

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