Lula contrariou Dilma e Tarso



Ao anunciar o nome de Roberto Gurgel para assumir a Procuradoria-Geral da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou fim a uma disputa entre ministros gaúchos pela indicação, que já se estendia há quase um mês.Embora tenha vencido a eleição no Ministério Público Federal (MPF) com 53 votos de vantagem sobre o segundo colocado, Gurgel não desfrutava da simpatia de Dilma Rousseff (Casa Civil) e de Tarso Genro (Justiça). O presidente, contudo, manteve a tradição de indicar o mais votado na lista tríplice após uma conversa com Nelson Jobim (Defesa).Antes de tomar posse, Gurgel precisa passar por sabatina no Senado. Como a data ainda não foi marcada, o novo chefe do MPF tem se mantido discreto e se nega a dar entrevistas.O subprocurador-geral Wagner Gonçalves, segundo da lista, contava com o apoio de Dilma e era defendido pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Já a terceira colocada, Ela Wiecko Volkmer de Castilhos, contou com o lobby de Tarso. O presidente estava dividido entre os dois primeiros colocados na votação. A conversa com Jobim serviu para manter a tradição de escolher o mais votado pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).Para tornar o pleito mais transparente, a ANPR optou por organizar a inscrição de candidatos por chapas, em vez de nomes, reduzindo o número de concorrentes de 500 para seis inscritos. Realizada em 21 de maio, a votação resultou na lista tríplice encaminhada a Lula.Cearense, 54 anos, Gurgel se formou em Direito no Rio de Janeiro. Ingressou na Procuradoria da República em 1982 e exerceu toda sua carrreira em Brasília. Em 1994, tornou-se subprocurador-geral da República. Embora tenha predileção por direito eleitoral, considera-se um “clínico geral”. Em 2004, assumiu a Vice-Procuradoria-Geral. Assim como o ex-chefe Antonio Fernando de Souza, Gurgel defende o poder de investigação do Ministério Público.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentario, sua colaboração é muito importante para nós.