POLÍTICA DO RS

A crise que envolve o governo de Yeda Crusius e arrasta seus aliados para o pântano da incerteza começa a produzir reflexos na sucessão estadual.

A pesquisa do instituto Vox Populi divulgada na última edição da revista Voto mostrou uma ampliação da vantagem de Tarso Genro (PT) sobre os dois potenciais candidatos do PMDB.

A diferença vai de 10 a 12 pontos percentuais na disputa com José Fogaça e chega a 26 no cenário com Germano Rigotto.

A liderança de Tarso não se explica somente pela crise no governo e pelos baixos índices de Yeda.

O ministro ganhou exposição com a disputa interna no PT e ampliou a visibilidade em julho, quando foi aclamado candidato.Pelos números do Vox Populi, a situação de Yeda é tão ruim, que não será surpresa se ela desistir da candidatura à reeleição para não prejudicar José Serra no Rio Grande do Sul. Seus índices variam de 7% a 9%, dependendo do cenário, tecnicamente empatada com Beto Albuquerque (PSB).

Líderes do PMDB temem que com a indefinição entre Fogaça e Rigotto, Tarso acabe conquistando o PTB do senador Sérgio Zambiasi. Desde antes de ser confirmado candidato, o ministro corteja o senador e aposta numa aliança, apesar da resistência nas bases do PTB e do nariz torcido de petistas que ainda não aceitam a abertura para coligações com partidos mais conservadores.

Ninguém sabe até que ponto a CPI a ser instalada na Assembleia nos próximos dias desgastará o PMDB. Líderes do partido temem que, em um clima de incerteza, Fogaça não queira trocar o certo pelo duvidoso. Dependendo de como estiver o clima político no final do ano, o prefeito pode achar que é mais interessante trabalhar na preparação de Porto Alegre para a Copa de 2014 do que se jogar numa aventura eleitoral.

Rigotto passou muito tempo dizendo que queria ser senador e acabou perdendo espaço no PMDB e nas pesquisas.

Agora que, em tese, a candidatura de Yeda está liquidada, se reapresentou como opção do PMDB ao Piratini, mas ainda não deslanchou nas pesquisas.

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