Pescadores de areia.


Barco areeiro do Rio Jaguarão desafia as águas Foto: Nauro Júnior

Alguém aí sabe como funcionava a extração de areia oitenta atrás?
Pois no Rio Jaguarão, a primeira parada da nossa expedição, o tempo parece não ter passado para os areeiros.
Com pás e pequenos barcos de madeira, a areia que sustenta calçadas, muros e edifícios é retirada do fundo do rio.
Os trabalhadores fazem parte de uma associação, hoje são 42 homens, há 14 anos e o trabalho é realizado no braço. É preciso entrar no rio - a água chega à cintura -, cavar e, então, colocar a areia sobre o barco.
Cada embarcação sustenta, em média, 5,6 toneladas de areia. Ou quatro metros cúbicos, a medida usada para a contagem e, inclusive, o pagamento. Em um mês, são cerca de 400 toneladas. É muita areia.
Olhos inexperientes como os meus não acreditam na força do barco. Só a proa e a popa aparecem ao longe. O centro do barco está no nível do rio e os pescadores de areia retiram água com canecas! Impressionada, já enxergo o naufrágio.
Eles não só alcançam a outra margem como começam a descarregar. Como? Adivinhem? Pá por pá. Primeiro a areia vai para o solo, depois, para caminhão.
Há 80 anos é assim...
Questionado pelo repórter sobre uma possível dor na coluna, Roberto Wexel Dipps, 28 anos, respondeu prontamente:

- As costas tão boas, cara.

É preciso força para pescar areia.

Fonte: Blog Clic RBS

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