Governadora diz que é vítima de "mercado de escândalos" e que acusadores são "turba de fofoqueiros"
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), minimizou o resultado de pesquisa do Ibope, encomendada pelo Grupo RBS, que aponta desaprovação de 74% ao desempenho do seu governo. A tucana afirmou que não está interessada em resultados porcentuais, mas nos motivos que expliquem tamanha desaprovação.
— Eu não nego a pesquisa, mas apenas levarei em conta um levantamento que aponte a razão da falta de aprovação — afirmou a governadora no programa, transmitido esta noite pela TV Cultura.
Yeda atribuiu a alta desaprovação à radicalização da oposição entre PSDB e PT em seu governo e às mudanças de gestão que promoveu desde que assumiu o Palácio Piratini.
— Ninguém termina com deficit de 37 anos sem dar eficiência ao governo. Terminei com intermediários em muitos setores.
A pesquisa elaborada pelo Ibope mostra que a maioria dos gaúchos desaprova o desempenho da governadora e é favorável ao seu afastamento do cargo. Os números indicam que 43% da população avalia o governo estadual como péssimo, 74% desaprovam o desempenho de Yeda e 62% são favoráveis ao seu afastamento.
Questionada se achava que sofria perseguição, a governadora negou, mas disse que é vítima de "um jogo do mercado de escândalos". Segundo Yeda, a suposta resistência de José Serra a sua candidatura à reeleição ao governo do Estado não passa de "uma boa intriga". Serra é o provável candidato do PSDB à Presidência da República em 2010.
— Se decidir que vou buscar de novo concorrer ao governo do Estado, vou fazê-lo com responsabilidade e buscar o melhor dos palanques para o PSDB.
Ainda na entrevista, Yeda negou mais uma vez que esteja envolvida em fraude que desviou R$ 44 milhões do Detran entre 2003 e 2007, denúncia investigada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada na Assembleia Legislativa. Yeda ainda desafiou os partidos que fazem oposição ao PSDB no Estado a provarem o contrário.
— Tem um momento que a pessoa chega num limite. É uma turba de fofoqueiros e caluniadores. Quero ver provarem tudo o que dizem — provocou.
A governadora ainda informou que entrou na tarde de hoje com uma ação por calúnia na Justiça contra o vice-governador Paulo Afonso Feijó (DEM). Ele acusou Yeda em depoimento ao MPF divulgado na CPI da Corrupção de se apropriar indevidamente de recursos financeiros doados durante a campanha eleitoral de 2006, quando a tucana foi eleita.
— Já entrei com ação contra ele hoje — confirmou.
Ao ser questionada sobre por que não afastou a sua assessora Walna Vilarins Menezes, indiciada na Operação Solidária e um dos alvos da ação civil de improbidade administrativa que tramita na Justiça, Yeda disse que ela é uma "servidora exemplar".
— É uma servidora pública exemplar. Quantos mais eu vou afastar? Eu não afasto caluniados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentario, sua colaboração é muito importante para nós.