CRÔNICA DA SEMANA

QUE PAÍS É ESSE?

Certamente não é aquele tão sonhado e pelo qual trabalhamos por décadas. Lembro dos tempos da escola primária lá no interior do Rio Grande do Sul, na zona rural. Caminhávamos um pouco mais de dois quilômetros até a escola e, todos em fila, cantávamos com orgulho o Hino Nacional todos os dias. Cantávamos também o Hino à Bandeira. Emocionava a todos. Havia civismo e esperança de horizontes cada vez mais promissores.

Nos dias atuais esse procedimento é uma utopia, estranho em nosso meio. Seria esquecimento, descaso ou perda de valores, em flagrante ato da falta de patriotismo por parte de nossas autoridades?

O Sol que aquecia nossos corpos também aquecia nossa alma, nosso espírito e éramos felizes, muito felizes, apesar de não possuirmos toda essa comodidade e bens materiais dos dias atuais. Decência e honra, honestidade e atitude eram raízes de primeira grandeza, algo já escasso nos dias atuais.

Muita coisa mudou desde então, algumas para melhor, outras para bem pior, como é o caso das drogas, que está destruindo milhões pessoas e lares pelo mundo. Temos uma das maiores tributações existentes no planeta, no entanto o retorno é mínimo em forma de serviços prestados, tendo como exemplos a saúde, a segurança pública e a educação, que deixam a desejar em todos os sentidos, como também as rodovias federais que matam milhares de pessoas anualmente e nada a esse respeito são feitos para sanar esse e outros graves problemas que tanto nos afetam no dia-a-dia, apesar de soluções existirem, basta ter vontade política em realizar. Não é nada mais e nem menos de quem exerce o poder em nome do povo.

Nossos políticos, então, andam na contra mão da história do Brasil. Alguns são exceção, é verdade, mas são vozes que se perdem em meio à balbúrdia existente nas duas câmaras em Brasília. São escândalos dos mais diversos, às centenas, de modo que perderam por completo a vergonha, a decência e a honra. Infelizmente, para eles, vale dinheiro na cueca, na meia, no bolso, mala, sacola, no exterior e sabe lá aonde mais ainda, numa inversão de valores sem precedentes na história de nosso país. Não sabemos se a isso podemos chamar de vergonha, pois, ao que parece, já a perderam há muito tempo. Ninguém vai preso, nem devolve o dinheiro roubado, quando muito perde o mandato político. Fica o dito pelo não dito e como o povo tem memória curta, o resto nós já sabemos, normalmente são reeleitos e a festa continua.

Chega ao ponto de justificarem toda essa roubalheira como algo normal, dinheiro de campanha, caixa dois, mas que não foram declarados, que houve um lapso de memória e assim por diante, cheios de razão, uma mentira atrás da outra, sem sequer ruborizar uma única vez, na maior cara de pau e nós, os bobos da “corte” lhes outorgamos os votos.

Esse é o Brasil atual, em que valores humanos e éticos foram banidos e não varridos para debaixo do tapete como supúnhamos até então. País dos direitos humanos para bandidos e um oásis para corruptos e terroristas internacionais. País que paga em torno de R$700,00 reais para a família de um preso, enquanto que o trabalhador e o aposentado ganham salário mínimo, míseros R$465, 00, verdadeiro tapa na cara de quem trabalhou décadas a fio ou está na ativa na esperança de dias melhores.

São tantos os benéficos, as benesses e altos salários dos políticos que ficamos a imaginar o porquê de tudo isso, se eles foram eleitos para nos servir e não para serem servidos de modo como são. Criam leis em benefício próprio rapidamente, mas a nosso favor os obstáculos são muitos e, quando são aprovadas, deixam a desejar, para nossa decepção.

O enriquecimento ilícito e a impunidade tornaram-se moda, principalmente entre a classe política e seus mais chegados, como os empreiteiros de obras e banqueiros. Consideram-se acima das leis e de todos, de modo que fazem o que bem entendem e normalmente em benefício próprio, pois sabem que têm as costas protegidas através dos poderes legalmente constituídos. Vivemos tempos de leis com pesos e medidas diferentes.

Entendemos que somente através de uma boa educação escolar e familiar e leis rígidas, aplicadas na horizontal, poderemos vislumbrar um Brasil melhor, com oportunidades para todos, respeito, segurança, saúde, moradia, saneamento básico e salário justo. Alavancar a indústria e o agro negócio, as exportações, fortalecer o mercado interno, investir em novas tecnologias, etc. Mas, para que isso aconteça primeiro temos que ter atitude e sermos honestos por convicção.

Orlando Sabka

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