Simon desmente confissão de Fogaça

Uma indiscrição do senador Neuto De Conto (PMDB-SC) no fim de semana provocou reação do colega Pedro Simon. O presidente do PMDB gaúcho negou que o prefeito da Capital, José Fogaça, tenha confirmado a candidatura ao Palácio Piratini.

No sábado, em visita a Encantado, sua cidade natal, De Conto falou que Fogaça, em evento na Capital catarinense, na segunda-feira passada, teria confirmado a vontade de concorrer. Segundo De Conto, o prefeito teria dito não ter outra saída diante da desistência do ex-governador Germano Rigotto de tentar voltar ao Piratini.

O tema deve ser um dos assuntos da entrevista coletiva agendada para hoje por Simon. Ontem, em entrevista por telefone a ZH, o senador negou o relato do colega de Santa Catarina. Veja os principais trechos.

Zero Hora – Sobre o que o senhor falará na entrevista ?

Pedro Simon – Sobre política.

Zero Hora – Algum anúncio sobre a candidatura ao governo do Estado?

Simon – Não é por aí, não.

Zero Hora – O senador Neuto De Conto disse no fim de semana que Fogaça assumiu a candidatura em encontro com prefeitos do PMDB, em Florianópolis, na semana passada. O senhor confirma?

Simon – Não. Não confirmo, assim como tenho certeza de que não houve isso. Nem sei se Fogaça esteve em Florianópolis. Ele esteve?

Zero Hora – O senador De Conto disse isso em entrevista a uma rádio de Encantado.

Simon – Não acredito que ele (Fogaça) tenha feito isso.

Zero Hora – O senhor ficou chateado com a decisão de Rigotto, que acabou emparedando Fogaça ao retirar sua candidatura ao governo?

Simon – Desde o início, Rigotto pensava em ser candidato ao Senado e não a governador. Em um determinado momento, ele se empolgou, mas depois voltou a vontade de ser candidato a senador. Está bem assim, fortalece a nossa nominata.

Zero Hora – Rigotto não deixou Fogaça numa saia justa de ter de assumir de uma vez a candidatura?

Simon – Talvez o Rigotto tenha facilitado. Não ficamos naquela situação de ter de decidir este ou aquele.

Zero Hora – Isso torna Fogaça um candidato natural?

Simon – Não. Pode ser Fogaça, pode ser Nelson Jobim (ministro da Defesa), pode ser José Ivo Sartori, prefeito de Caxias do Sul, pode ser o Paulo Ziulkoski (presidente da Confederação Nacional de Municípios). Mas não há, agora, aquela coisa pesada de é um ou é o outro. Antes, tínhamos de decidir entre dois. E, agora, isso desapareceu. Nesse sentido, Rigotto ajudou a gente.

Zero Hora – Líderes do PDT se mostram dispostos a aceitar uma aliança com Tarso Genro. Como o PMDB pode se posicionar para tentar resgatar o PDT?

Simon – É uma situação que quem vai ter de decidir é o PDT. Achávamos que a situação seria fácil. À primeira vista, nós já fizemos uma aliança. O PDT esteve conosco no governo Rigotto. Depois, o PDT esteve conosco no governo Fogaça. Agora, Fogaça fazendo um bom governo e o vice (José Fortunati) ganhando a prefeitura, achei que era uma coisa meio tranquila. Não sei se eles estão certos ou não. O problema é que não temos nem como analisar, uma coisa que foge da nossa alçada.

Zero Hora – Manter as alianças, principalmente do PDT, em torno do Fogaça tem sido difícil?

Simon – Se tu analisares, está uma confusão enorme. O PDT tem candidato próprio, o PTB tem candidato próprio, o PPS tem candidato próprio. Vamos ter de deixar o tempo passar e ver. O fato de o PT ter saído na frente correndo fez com que todo mundo saísse fazendo a mesma coisa. É uma coisa que tem de deixar acontecer e ver onde vai dar.

Tatiana Tavares | Zero Hora