Definição de Fogaça afasta PDT de Tarso

Ao se assumir como candidato a governador, o prefeito José Fogaça (PMDB) praticamente assegurou uma aliança com o PDT e deixou seu principal adversário na disputa pelo Piratini, o candidato do PT, Tarso Genro, com chances reduzidas de ter um partido de peso na sua chapa.

Para o presidente do PDT, Romildo Bolzan, se a legenda não embarcar em uma candidatura própria, o partido de Fogaça terá a preferência:

– A prioridade na política de alianças passará a ser o PMDB. Não resta a menor dúvida.

Na segunda-feira, líderes pedetistas irão avaliar o atual cenário e devem definir uma posição, que será submetida à análise no encontro com diretórios municipais no dia 17. Um pré-desenho do cenário para a disputa da prefeitura da Capital em 2012 também será considerado na discussão com os peemedebistas.

Mesmo com as negociações entre PDT e PMDB encaminhadas, petistas afirmam que não perderam as esperanças de uma aliança:

– Trabalhamos com a possibilidade de o PDT indicar o nosso vice. Estamos determinados a isso – afirma o coordenador informal da candidatura de Tarso, Luiz Fernando Mainardi.

Na tentativa de namoro dos petistas com o PDT, o deputado federal Paulo Pimenta argumenta que o PMDB faz parte do governo de Yeda Crusius, e muitos prefeitos do Interior não estariam dispostos a fazer “jogo casado”, numa referência ao comando da prefeitura da Capital em troca da aliança ao governo do Estado.

– Líderes do PDT já manifestaram que não têm interesse na coligação com o PMDB. A prefeitura de Porto Alegre interfere muito pouco no restante do Estado, o próprio Fortunati (vice-prefeito José Fortunati) não tem tradição partidária e eles não se sentem representados por uma eventual negociação pela prefeitura – ressalta o deputado.

O próprio candidato do PT já sentou à mesa com líderes pedetistas e do PTB, a dupla trabalhista. Tarso ainda pretende intensificar o diálogo com PC do B e PSB – que aposta numa terceira via com Beto Albuquerque.

Embora parte dos filiados do PDT tenha simpatia por uma aliança com Tarso, a ala que resiste em se coligar com o PT é maior. A definição no PMDB mexeu uma importante peça no tabuleiro eleitoral. Se o partido não indicasse um nome com antecedência, os pedetistas ameaçavam apoiar Tarso. Para o PDT, entretanto, não basta Fortunati assumir o comando do Executivo por dois anos e nove meses em uma eventual renúncia de Fogaça:

– Nós temos um acordo com o PMDB no âmbito da prefeitura de Porto Alegre, mas não é suficiente. Queremos fazer parte do governo com secretarias com bom orçamento e possibilidade de indicar o vice-governador, além de incorporar programas do partido na coligação – afirma o segundo vice-presidente do PDT, Flavio Lammel.

Mesmo que o partido decida pela candidatura própria, defendida pelos deputados federais Enio Bacci, Pompeo de Mattos e Vieira da Cunha, líderes avaliam que dificilmente a sigla conseguiria construir uma coligação com bom tempo na TV e capaz de vencer as eleições.

Fonte ZH

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentario, sua colaboração é muito importante para nós.