Memória CRÔNICA POLÍTICA - 1989

O blog começa hoje um novo projeto, intitulado Memória CRÔNICA POLÍTICA. Periodicamente, relembrarei fatos, episódios e discursos inusitados da política brasileira, guardados nos anais de nossas instituições.

Na primeira edição, relembramos Roberto Jefferson, o dedo-duro do mensalão petista, em discurso proferido na Câmara dos Deputados em maio de 1989. Na ocasião, Jefferson criticava um certo deputado, que, àquela época, parecia não primar muito pela assiduidade. E o fazia com a sua habitual irreverência:

"Na segunda-feira, li em um jornal entrevista de um companheiro nosso do PT, Deputado Luiz Inácio Lula da Silva, que também se manifestou contra o aumento dos subsídios dos Parlamentares, dizendo que estão ganhando muito. Gostaria de lembrar a S. Exª que, partindo uma afirmativa como essa de um Deputado que trabalhasse sempre nesta Casa, até poderíamos entender, mas o Deputado Lula está ganhando muito, mesmo porque não vem a esta casa trabalhar. S. Exª não é visto aqui desde a Constituinte.

Tirar partido dos companheiros da Câmara dos Deputados, como vem fazendo uma voz isolada do PT (...), é reprovável.

Infelizmente, alguns colegas desta Casa, em busca do aplauso da opinião pública e desejando caracterizar-se como defensores da moralidade, posicionam-se contra a Câmara dos Deputados (...).

Estamos verificando que, aqui dentro, muitos colegas adotaram a técnica udenista do passado para crescer nas costas de seus colegas nesta Casa, para fazer escada na cacunda dos Deputados que são seus companheiros de trabalho, esquecendo-se de que, ao jogar no chão o Poder Legislativo, eles caem junto e caem de podres".

Em tempo: será que o Lula gazeteador da época também vivia viajando, para tentar vender a Dilma? Não, ele tentava mesmo era vender a si próprio, pois estava em plena campanha pela presidência, enfrentando o hoje amigão Fernando Collor de Mello. À época do discurso de Jefferson, Collor já liderava o Ibope, com 32%.

Já Dilma, em 1989, ocupava a cadeira de diretora-geral da Câmara Municipal de Porto Alegre. Mas acabou demitida pelo presidente da Casa, Valdir Fraga... porque ela chegava atrasada. "Eu a exonerei porque houve um problema com o relógio de ponto", afirmou o vereador Fraga.


Heitor Diniz


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentario, sua colaboração é muito importante para nós.