Nossos Meninos de Ouro...

Desde a decisão 1592 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em 2004, que as forças armadas brasileiras comandam a Força de Paz Minustah expedida pela ONU para manter a tranquilidade no pobre e conflagrado Haiti. Ao todo são soldados de 17 países nesta operação dentro do país mais pobre das Américas.

Nossos meninos, em número de 1.300 estão cuidando do futuro de um país distante. Infelizmente, além da pobreza extrema, o Haiti sofreu um baque horrível na noite desta terça-feira, quando um terremoto destruiu boa parte dos prédios da capital Port Au Prince. Acontece que, em alguns desses prédios justamente, estavam aquarteladas as forças do Minustah.

De pronto o governo brasileiro anunciou que enviaria aviões com "ajuda solidária" ao povo haitiano, mas somente às 10h desta quarta nossas forças armadas se manifestaram oficialmente, marcando para o meio-dia uma conferência para falar do assunto. Finalmente, pouco depois do meio-dia o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, acompanhado do comandando do Exército, gen. Enzo Martins, se dignou a embarcar em um dessas aeronaves, lembrando que, neste momento, tão importante quanto a solidariedade com o povo haitiano, em primeiro lugar está o zelo por nossos meninos.

Essa experiência imperialista do governo Lula, em mandar tropas brasileiras para ocupar terras estrangeiras, tal qual fazem os Estados Unidos, Reino Unido, França e outras nações de importância global, depende de gerarmos uma cultura de proteção aos membros de nossas forças armadas. São os nossos meninos que estão lá e 4 deles já morreram em combate e tudo indica que outros 11 morreram vítimas desta catástrofe, embora o número de desaparecidos seja ainda indefinido. Sem falar no próprio comandante da operação, general Urano Teixeira da Matta Bacellar, que foi encontrado morto, segundo a versão oficial por suicídio em 2006.

Quem está no Haiti são os nossos melhores militares. Gente que além do treinamento está vivendo, desde 2004, uma situação de conflito direto pela manutenção da paz. Eles devem e merecem ser protegidos não apenas por nosso governo -que os meteu nessa fria- como por toda a população brasileira, que precisa emprestar a eles a mesma solidariedade que oferece ao sofrido povo haitiano.

Se é importante gastarmos 12 Bilhões na compra de caças franceses fajutos para comprar um assento no Conselho de Segurança da ONU, também é fundamental que tenhamos forças armadas respeitadas e com a devida auto-estima valorizada. Vamos cuidar dos nossos meninos que estão no Haiti, para que eles voltem a ter orgulho da pátria cujas cores defendem, neste lugar momentaneamente abondonado pelas boas notícias.

por Marco Poli


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentario, sua colaboração é muito importante para nós.