Para oposição, investigação sobre mensalão desmente PT

A oposição classificou o novo relatório da Polícia Federal como a prova que faltava para enterrar o argumento do PT de que não houve mensalão. O presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), disse que o relatório atinge pessoas diretas da convivência do ex-presidente Lula.
- Está chegada a hora da verdade sobre o mensalão. O discurso de Lula e de Dirceu era o de que o mensalão era uma farsa. Mas a farsa, na verdade, era a que eles estavam pregando. Há uma ligação diretamente com Lula - disse Agripino, lembrando que Freud Godoy admitiu ter recebido pagamento da empresa de Marcos Valério.
Na mesma linha, o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), acredita que o relatório inova ao mostrar os caminhos percorridos pelo dinheiro do esquema.
- E é mais um instrumento de pressão sobre o Supremo, para se exigir celeridade - disse Álvaro Dias.
Entre os parlamentares governistas, o discurso é de que as informações não são novas e que é preciso ter acesso ao documento oficial.
Os petistas ainda retomam a tese de que o mensalão - entendido como compra de votos - não existiu e o que pode ter ocorrido foi caixa-dois de campanha.
- A matéria investiga a vida da empresa do Marcos Valério e não tem nenhum dado novo. E não tem desvio de dinheiro público. O que tem , e isso foi um erro, é caixa-dois de campanha. Tudo já foi investigado - disse o líder do governo na Câmara, Cândido
Vaccarezza (PT-SP).
O secretário de Comunicação do PT, deputado André
Vargas (PT-PR), disse que era preciso ver o documento oficial e o "contexto" de depoimentos como o de Freud Godoy.
O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, não quis falar ontem sobre o conteúdo do relatório final da
Polícia Federal, argumentando que ainda não teve acesso ao documento.
Para líder do DEM, a prova de que o mensalão existiu
Para o líder do DEM na Câmara, Antônio Carlos Magalhães Neto, o relatório é a prova de que o mensalão existiu, embora o PT sempre tenha agido para tentar desmoralizar as investigações da CPI, do Ministério Público. E mostra que os recursos que abasteciam o esquema era públicos.
- O relatório comprova que a fonte de abastecimento do mensalão foi com dinheiro público. O ingrediente novo é exatamente o elo do mensalão com o trabalho de segurança para Lula - disse ACM Ne-
to.
Osmar Serraglio, relator da CPI dos Correios que investigou o esquema do mensalão, diz que o relatório confirma o trabalho da comissão.
O líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), engrossa o coro dos que afirmam que o relatório prova existência do mensalão. Para Nogueira, a citação de envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), quando governava Minas, com Marcos Valério, deve ser investigada, como todas as outras informações do relatório:
- Apuração total. Da nossa parte não há a menor dificuldade. Transparência absoluta.
Por meio de sua assessoria, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, disse deconhecer o relatório da PF, por isso não pode se manifestar sobre o que foi publicado pelo revista. Pimentel ressaltou que sua prestação de contas da campanha de 2004, à prefeitura de Belo Horizonte, foi aprovada sem ressalvas pela Justiça eleitoral.
O senador Romero Jucá negou ter ligação com o mensalão. 

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