MINISTRO DA CULTURA E AS PROMESSAS EM 2005

Pronunciamento do ministro Gilberto Gil em 2005 em Bagé

BAGÉ, 28 DE NOVEMBRO DE 2005


Prezado senhor prefeito Luiz Fernando Mainardi. Prezado senhor Luiz Fernando de Almeida, coordenador nacional do Programa Monumenta. Prezada senhora Ana Lúcia Meira, superintendente regional do Iphan no RS. Prezado senhor Roque Jacobi, secretário de Estado da Cultura do RS. Prezado senhor José do Nascimento Júnior, diretor de Museus e Centros Culturais do Iphan.Demais autoridades presentes
Boa tarde a todas e a todos.
Mais uma vez tenho a satisfação de vir ao Rio Grande do Sul como ministro da Cultura para celebrar mais um momento cultural que demonstra a força do povo gaúcho.
Principal instituição museológica da Região Sul deste estado, o Museu Dom Diogo, antiga Santa Casa, representa um marco no desenvolvimento cultural regional e certamente estimulará outras iniciativas da mesma grandeza.
Esta região, tendo Bagé como pólo, é tratada como prioridade pelo Governo Lula. Exemplo disso é o processo de federalização da Universidade da Campanha - URCAMP, bem como as ações do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Integração Nacional.
O Ministério da Cultura, com esta ação no dia de hoje, vem somar esforços do governo federal para o desenvolvimento da região.
Por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e o patrocínio da Petrobras entregamos hoje esta primeira etapa de revitalização do Museu Dom Diogo. Os próximos passos serão a construção de anexo e a modernização da exposição permanente, dando uma nova dinâmica cultural à cidade.
Esta não é uma ação isolada do Ministério da Cultura no Rio Grande do Sul. Ainda nesta semana, estamos entregando obras do Programa Monumenta em Pelotas e Porto Alegre.
Os investimentos do Sistema MinC no estado, nesta gestão, foram ampliados, chegando a cerca de 70 milhões em dois anos e 11 meses.
Especificamente na área de museu os editais do BNDES, Caixa Econômica Federal, Petrobras e do próprio MinC/Iphan, já financiaram mais de uma dezena de instituições do Rio Grande do Sul.
Aliás, o resultado do Edital de Modernização de Museus 2005/2006 do MinC/Iphan foi publicado na semana passada, com a aprovação de mais oito projetos deste estado.
Estamos, ainda, caminhando para a implantação do Museu do Pampa, em Santana do Livramento, e do Museu do Doce, em Pelotas.
E dentro da perspectiva de dar acesso à população brasileira aos acervos dos museus nacionais, tornando-os efetivamente nacionais, será inaugurada exposição com o acervo do Museu Nacional de Belas Artes, em Porto Alegre, no Museu Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Estas iniciativas mostram a preocupação do MinC com o patrimônio cultural brasileiro e particularmente com os museus, fortalecendo a política cultural para o setor.
Aqui estamos, no extremo sul do Brasil, a poucos quilômetros do Uruguai e da Argentina, mostrando o quanto é complexo, mas possível, articular ações que valorizem a diversidade cultural do país.
Um dos muitos significados da palavra Gaúcho é ‘homem livre’, e representa bem aqueles que viviam na campanhas platinas.
Estamos aqui em uma fronteira geopolítica, mas que, no ponto de vista cultural, tem pouco significado. Podemos dizer que os que aqui vivem são gaúchos, são brasileiros, mas são também da região do Pampa, como os argentinos e uruguaios.
É essa diversidade cultural brasileira que nos dá o significado do reconhecimento global de que cada sociedade, grupo social e indivíduo, tem um patrimônio cultural singular, que reflete um sistema de valores e um modo de viver próprio, a partir do qual se dá a sua identidade.
É o reconhecimento de que as identidades culturais existem no diálogo com as demais e dependem desse diálogo para sobreviver. É o reconhecimento de que a promoção da identidade e da diversidade cultural, do convívio tolerante entre sociedades, grupos sociais e indivíduos, seja vital para a democracia e está entre os deveres básicos dos governos.
E, finalmente, o reconhecimento de que a Cultura é uma das dimensões do desenvolvimento humano e o crescimento econômico e as trocas internacionais devem ser culturalmente e ambientalmente sustentáveis.
São essas as dimensões que dão à Cultura o sentido de liberdade.


Muito obrigado.


GILBERTO GIL


Esperamos que o de Jaguarão não seja só discurso, pois esse do Ministro em 2005, quase nada se concretizou.

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