PMDB nega validade de acordo com PDT

Um dia depois de o PDT cobrar o cumprimento de um acordo com o PMDB para aliança eleitoral em 2012, líderes peemedebistas negaram ontem a validade do documento que trata da coligação à prefeitura de Porto Alegre.

Um dos objetivos é aplacar o descontentamento dentro do próprio PMDB e entre aliados como o PTB, que resiste em apoiar a candidatura do prefeito José Fogaça ao Piratini este ano. Guardado a sete chaves, o pacto foi costurado em 2008, quando o PMDB alinhavou esforços à reeleição de Fogaça.

Em troca do apoio, o PMDB teria prometido sustentar um nome pedetista para a próxima eleição à prefeitura de Porto Alegre A assinatura do pacto assegurou a indicação de José Fortunati (PDT) como vice de Fogaça.

A revelação de detalhes do compromisso cria tensão num momento em que Fogaça tenta formar uma aliança ao governo não só com o PDT. Inclinado a lançar candidatura própria ao Piratini, o PTB não tem sido cortejado como os pedetistas e cada vez mais se afasta do PMDB.

Indignado com a situação, o vereador da Capital Sebastião Melo (PMDB) foi um dos mais incisivos ao falar do acerto com o PDT:

– Não tem nenhum valor. O valor é zero ao cubo. É meio louco tudo isso.

Questionado se a aliança no papel estava garantida, o senador Pedro Simon (PMDB) disse:

– Temos de ir à mesa e conversar. Tudo está dentro de um contexto. Temos de fazer o entendimento sobre 2010, que não está no papel.

Indagado sobre a força do documento, o tesoureiro estadual do PMDB, Rospide Netto, respondeu:

– Nos acordos políticos, muitas vezes vale só a palavra. Às vezes, nem as assinaturas são respeitadas. É muito relativo. Vai depender das circunstâncias e da responsabilidade de quem fez o acordo.

Um dos signatários, o deputado Fernando Záchia (PMDB) afirmou que o acerto é uma carta de intenções:

– Não é um documento em si. É um somatório de relações. Foi o início de uma aproximação. A tendência é estarmos juntos em 2012.

Presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan disse que o documento foi preparado na época pelo presidente nacional da sigla, Vieira da Cunha, um dos nomes para a disputa à prefeitura.

– Não tem valor jurídico. Tem valor político e moral – disse Bolzan.

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