Tudo ou nada

Noiva absoluta nesta eleição, o PDT e seu exército de prefeitos, vices e vereadores está mesmo disputado às ganhas pelo PMDB e pelo PT. Após Germano Rigotto desistir de disputar o Palácio Piratini e o prefeito José Fogaça reconhecer que está no páreo, o PT partiu para a ofensiva.

Em reunião realizada na casa do ministro Tarso Genro no sábado anterior ao Natal, da qual participaram representantes das diferentes correntes internas do PT, o candidato da sigla ao governo do Estado sentenciou:

– Precisamos ser pragmáticos.

Tarso se referia à estratégia de oferecer apoio a um candidato do PDT nas eleições de 2012 em Porto Alegre, em um projeto de poder conjunto de longo prazo, para ter chances de competir com a oferta do PMDB: cadeira liberada no Paço Municipal para José Fortunati em abril e, possivelmente, a vaga de vice de Fogaça em outubro.

Mesmo com a resistência do deputado Raul Pont, futuro presidente do PT, e do líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana, à proposta, o movimento de aproximação teve início. Cada líder deixou a residência do ministro incumbido de buscar seus contatos no PDT. Um dos alvos passou a ser o deputado Vieira da Cunha, visto como preterido no PDT em 2012 se a aliança ocorrer com Fogaça.

Mas a brecha para negociações só se abriu nos últimos dias, quando se evidenciou que ruiu o acordo entre PMDB e PDT, firmado por meia dúzia de caciques de ambos os partidos em 2008 prometendo apoio em 2012 em Porto Alegre à legenda de Leonel Brizola.

A cúpula petista avalia que o momento é decisivo de seu destino na próxima década. Para o PT, perder a eleição ao governo do Estado em outubro significa enfraquecer e, por consequência, distanciar-se ainda mais da possibilidade de retomar a prefeitura de Porto Alegre nos próximos anos.

Na mesa

Desde o encontro pré-natalino, Tarso Genro conversou pelo menos uma vez com o presidente do PDT, Romildo Bolzan, e com os deputados Vieira da Cunha e Giovani Cherini, que ontem recebeu em sua casa líderes pedetistas gaúchos e o ministro Carlos Lupi para avaliar as propostas do PT.

Ivar Pavan (PT) se prepara para transmitir a presidência da Assembleia ao pedetista Giovani Cherini (D). Ontem, a equipe de transição se reuniu pela primeira vez. A posse está marcada para o dia 30.


Autonomia


Na tentativa de ganhar velocidade e evitar burocracia nas ações contra estragos provocados ora pela chuva, ora pelos ventos e pela seca, prefeituras gaúchas irão propor ao governo do Estado a criação de um fundo de defesa civil. Se estivesse em vigor, o fundo poderia ter entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões de recursos do ICMS.


Arrepios no TCE


Apesar de um clima de tensão no Tribunal de Contas do Estado (TCE), o presidente João Osório cortou ontem, de forma definitiva, o pagamento integral de funções gratificadas que contrariam o novo plano de carreira do órgão.

O pagamento estava suspenso temporariamente.

O ato foi pessoal, sem o aval dos outros conselheiros.

Se consultasse os colegas, a decisão não passaria.


Direitos e direitos


Ao decidir pelo corte em funções gratificadas no Tribunal de Contas do Estado, João Osório alegou que o direito à irredutibilidade dos salários não pode passar por cima do interesse público.

O próximo passo será o corte dos salários acima do teto. João Osório já sinalizou ter pressa.

A Corte é um reduto de supersalários no Estado.


Beijão-mão


Com o intuito de aproximar José Fogaça da estrutura partidária no Interior, uma das definições é fazer com que o prefeito de Porto Alegre converse pessoalmente com os coordenadores regionais do PMDB e seus pré-candidatos.

A cúpula do partido espera que o contato direto com o candidato dê “uma injeção de ânimo” nos filiados.


Front tucano


Diante da movimentação dos demais candidatos às eleições de outubro em busca de alianças, Yeda Crusius decidiu investir pessoalmente em conversas eleitorais.

Yeda traça um calendário para se reunir com os partidos que hoje compõem o governo e afirmar seu desejo de reeleição.

A governadora tem repetido que sua maior vontade é poder se dedicar a “fazer política”.

Líderes do PMDB definem esta como a “eleição da vida” de Tarso Genro e preveem uma injeção de recursos do PT como nunca se viu.

Em vez de um pacto a sete chaves, petistas querem aprovar no diretório e registrar em ata o compromisso de apoiar o PDT em 2012.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentario, sua colaboração é muito importante para nós.