O Partido Nacional, do candidato e ex-presidente Luis Lacalle, "está certo" de que haverá um segundo turno das eleições presidenciais, programadas para o próximo domingo no Uruguai.

Um informe do comando eleitoral desse partido, divulgado hoje pelo jornal local El País, diz que a equipe de Comunicações dos blancos, como também são conhecidos os nacionalistas, "realizou nas últimas duas semanas uma série de pesquisas por telefone, cujos resultados se aproximam muito mais aos da consultoria MPC do que aos das outras empresas pesquisadoras".

Em sua última consulta, a MPC reportou que a coalizão governista Frente Ampla, que apresenta a candidatura do ex-guerrilheiro tupamaro José Mujica, tem entre 38% e 43% das intenções de voto; enquanto o Partido Nacional alcançou de 35% a 40% da preferência do eleitorado, e os colorados, com Pedro Bordaberry e terceiro nas pesquisas, obteve entre 17% e 20%.

Ainda de acordo com a mesma análise, em um eventual segundo turno, Lacalle obteria entre 52% e 55%, e Mujica entre 40 e 43%.

"Na segunda, 26, daremos início ao que será a etapa final da sequência eleitoral", diz o comunicado da oposição, que também questiona os dados coletados pelas principais pesquisadoras do país, que superestimam o pleito de 2004, quando a Frente Ampla chegou ao poder pela primeira vez com o socialista Tabaré Vázquez.

"As cinco empresas mais conhecidas davam à FA [Frente Ampla] uma vantagem maior [sobre seus adversários] em setembro de 2004 do que agora, em setembro de 2009. Uma diferença de dois pontos para Equipos Mori, três para a Cifra, seis pontos nos casos de Factum e Interconsult, e até sete pontos para a Radar".

Outro ponto destacado no documento é que "a FA em outubro de 2004, não apenas não conseguiu captar indecisos, mas também que registrou um número de votos inferior aos estimados", diferentemente do Partido Nacional, que "captou a enorme maioria de indecisos, que votaram muito acima do prognosticado".

"O cenário 2009 é o mais desfavorável para a FA do que o 2004", continuam os nacionalistas, que afirmam que "para a oposição, e particularmente para o Partido Nacional, em outubro de 2009 o cenário é mais favorável do que há cinco anos".

Para vencer o pleito no próximo dia 25, o candidato mais votado precisa de maioria absoluta. Na reta final das campanhas, Lacalle e Mujica disputavam a preferência dos indecisos, estimados pelos blancos entre 7% e 12% do eleitorado.

Além do presidente, os uruguaios também elegem parlamentares ao Senado e Câmara dos Deputados e votam dois referendos, sobre a Lei de Caducidade -- que anistiou policiais e militares responsáveis por crimes de lesa-humanidade durante a ditadura no Uruguai (1973-1985) -- e sobre a possibilidade de compatriotas residentes no exterior poderem votar.

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